Como é difícil batizar uma criança!!!
Olha… Juro por tudo que é mais sagrado, que quase desisti de batizar meu filho!
Sou Católica Apostólica Romana. Respeito e admiro TODAS as religiões. Acredito que Deus é um só, independente do nome que Ele tenha.
Mas se a religião Católica já vem perdendo fiéis há muito tempo, com toda essa burocracia que impuseram ao batizado, vão perder mais fiéis ainda!
Pra início de conversa, na Paróquia de Santa Terezinha, em Indaiatuba, onde me casei, só tem curso de batismo duas vezes por ano. Ou é no começo do ano, ou é no final. Na Paróquia do Centro, a Nossa Senhora Candelária, Padroeira da Cidade, até tem mais vezes ao ano, mas eles têm umas regras sem pé nem cabeça, tipo: além de fazer ao curso, ainda por cima uma comissão vai até a casa da criança e os padrinhos precisam estar presente nessa noite da visita. O porquê e pra quê eu não sei… Depois ainda tem que ser feita uma novena na casa da criança, pra só depois ser expedido o certificado do curso e daí então poder fazer o batizado, que só pode ser coletivo, não existe mais batizado individual.
Mas quem conseguia falar no telefone da Paróquia Nossa Senhora da Candelária? Acho que só Deus, porque o cidadão comum não consegue… Fiquei uma hora tentando ligar, só dava ocupado. Depois disso só caía no fax… Tenha dó!
Decidimos, então, fazer o curso e o batizado fora da cidade, porque Indaiatuba é mesmo um lugar complicado de se viver. Tudo é complicado, tudo é demorado, tudo é enrolado e quase nada funciona direito (veja bem: foi eleita trocentas vezes melhor cidade do País pra se viver… Coitados de nós! Se essa é a melhor, imagine a pior!).
Escolhemos fazer o batizado em Tietê, afinal os padrinhos do Ângelo são de lá. Aí mais burocracias: além dos documentos de praxe, era necessário uma carta de autorização da Paróquia daqui de Indaiatuba, para que o Ângelo pudesse ser batizado lá em Tietê, pois a Paróquia de lá pertence à outra Diocese, e essa Diocese exige isso. Como o Padre daqui desconhecia essa regra, pois para ele a Igreja é uma só, e nunca tinha ouvido falar sobre a necessidade de tal autorização, ele se recusou a fazer a carta.
Eu já estava ficando desesperada, e tinha decidido até batizá-lo em outra religião. Aí foi um tal de liga pra cá, liga pra lá, pede ajuda daqui, pede ajuda de lá, e meu marido foi IMPLORAR pro padre fazer a maldita (Deus que me perdoe a palavra!) carta, se não a gente não poderia batizar a coitada da criança, que nada tem a ver com as frescuras e corporativismos da Igreja Católica… Com muito custo, a carta foi feita.
Aí toca a gente ir pra Tietê – uma hora de viagem daqui, no meio da semana, pra fazer o tal curso. Chegando lá, o cara que colocaram pra fazer a palestra não falava coisa com coisa. Confuso, repetitivo, e no fim não explicou o que era o batismo! Não tem como não pensar: fui batizada, fiz 2 anos de catequese pra Primeira Comunhão, um ano de preparação pra Crisma, quatro finais de semana pro curso de noivos pra poder me casar… A troco do quê tinha que fazer mais um curso? Como se o que eu aprendi a vida inteira teria mudado naquela semana, ou seria diferente por ter um filho… Mas tudo bem. Aguentamos a tal uma hora de palestra, num banco horroroso, desconfortável, carregando o chumbinho no colo, e finalmente fomos pra casa. No domingo seguinte voltamos lá de novo e fizemos o Batizado – coletivo também, afe! Mas tudo bem… Pelo menos meu filho está limpo do pecado original e não é mais pagão. E caso decida continuar nessa religião, pois não vamos impor nada a ele, e quando for a hora certa, se ele quiser mudar de religião terá total liberdade pra isso, e decida se casar, pelo menos tem o certificado do Batizado, pois sem o Batismo, não conseguirá autorização para fazer os demais sacramentos, inclusive se casar na Igreja Católica.
Ai, cansei! rs

